A luta por inclusão da comunidade LGBTQIA+ no esporte

21/10/2022

Por: Felipe Cavalcanti

A expressão "sair do armário" se tornou cada vez menos polêmica, porém no mundo do esporte esse ainda é um tabu muito presente. O jornalismo esportivo ainda é muito centralizado em coberturas como narrar competições de eventos de qualquer segmento, dar opiniões técnicas e até mesmo análises que são feitas através da atuação como repórter esportivo e assim, desenvolvendo uma certa experiência na área.

Para muitos, esporte e a comunidade não se misturam. Devido a dogmas antiquados colocando o esporte em uma caixinha onde a linha entre feminino e masculino precisa ser clara e sem espaço para diversidade, mas sabemos que essa não é a realidade e com o debate gerado nos últimos anos acerca desse assunto, podemos dizer que finalmente temos exemplos explícitos de diversos atletas assumidos que atuam em todas as áreas do meio esportivo.

Porém é inegável que a onda de hostilidade enfrentada por aqueles que escolhem expor sua vida íntima é algo extremamente difícil de enfrentar, mas ainda assim o número de atletas que escolhem viver com liberdade e sem medo não para de crescer. Um dos exemplos mais recentes e impactantes foi o de Diego Hypólito, ele afirma que ao declarar sua homossexualidade em 2019 após uma longa jornada de uma carreira sólida, sem polêmicas e de sucesso, sentiu medo de perder patrocinadores devido ao preconceito, podendo prejudicar toda sua trajetória no mundo olímpico. Hoje em dia ele segue sendo uma das grandes referências da ginástica mundial e superou a barreira que o fez ser reprimido por anos. Outra grande estrela do mundo esportivo é a jogadora Marta Silva, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo e agora embaixadora da ONU, ela enfrentou diversas dificuldades no meio esportivo, em uma delas sendo até impedida de jogar por ser uma mulher abertamente lésbica. Durante a última edição dos jogos Olímpicos, o jogador da seleção de vôlei Douglas Santos, se tornou um grande símbolo de garra e batalha contra o preconceito, pois mesmo tendo uma vitrine midiática gigantesca no momento, ele não reprimiu seu jeito de ser ou pensou em se adequar ao padrão de comportamento dos seus colegas de trabalho, o que rendeu ótimos frutos para o jogador pois logo após o seu destaque Douglas Fechou contrato com o clube e conseguiu até então o maior contrato de sua carreira. Um caso atípico e admirável, talvez uma pequena demonstração do que possa ser o futuro para os LGBTQIA+ que querem seguir uma carreira esportiva.

Por mais que o meio esportivo ainda esteja muito longe de ser inclusivo, tem ocorrido progresso. O que isso tudo pode nos dizer? Infelizmente o esporte, seja ele como ferramenta de trabalho ou apenas para lazer, ainda é um lugar tóxico para a comunidade, porém, há esperança. Atitudes como a citada acima fazem a gente idealizar um futuro mais diversos, esse progresso tão desejado vem acontecendo de forma lenta, mas está condicionado a ações da sociedade. É inegável que ainda há um longo caminho para percorrer, contudo isso não deve impedir que os esportistas e amantes do esporte estejam cada vez mais preparados para lutar contra o preconceito e a liberdade de ser quem você é e não sentir vergonha de compartilhar isso com o mundo. 

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