Da sala de aula para a gestão universitária

09/06/2023

Por: Larissa Silveira

Existem profissões que precisam de muito amor para serem seguidas, não considerando status ou uma grande remuneração, fazer a vontade do outro nem sempre será motivo de alegria própria, medicina e jornalismo são cursos totalmente distintos, e foi essa a escolha que Salete precisou decidir. Para fazer a vontade do pai dela, acabou prestando vestibular para medicina, mesmo não sendo aquela a sua maior vontade. Após ter uma conversa com a mãe que disse "minha filha faça o que o seu coração está pedindo". Ao folhear alguns jornais pesquisando sobre vestibulares, viu que a Universidade Estadual, naquela época ainda era regional, tinha na grade o curso de Comunicação, acabou fazendo a inscrição sem ninguém saber, fez a prova e conseguiu uma excelente nota, o que a levou a ingressar no curso. "E daquele momento em diante é como se tivesse aberto um novo mundo para mim".

Salete relata que se dedicou bastante e que naquela época tudo era mais difícil "tínhamos que fazer trabalhos artesanais para suprir as limitações", conta que alguns professores emprestavam livros e anotações para que ela pudesse estudar, e após dois anos de conclusão do curso começou a lecionar. Ainda muito jovem, com 23 anos, dava aulas para turmas numerosas, com alunos na mesma faixa etária e até mesmo para alunos mais velhos: "mas isso nunca me trouxe nenhum problema para lidar com eles". Nos anos 90, foi convidada por um grande amigo, professor Marcos Barbosa, que era coordenador, e a chamou para ser vice-coordenadora, e assim Salete iniciou o trabalho como gestora no curso, que durou dois anos.

Logo em seguida, foi convidada pelo reitor professor Itan Pereira para integrar como membro da Convest (comissão executiva de vestibular), a universidade tinha o próprio vestibular, "um trabalho de grande experiência para mim, na área de gestão e conhecimento dentro da Universidade", conta Salete. No final de 1999 foi para a Pró-reitoria de integração e desenvolvimento PROID como assessora de dois programas PCN E PROFA, "outro sonho que eu tinha de trabalhar com projetos de educação" e foi encaminhado um relatório para o Ministério da Educação, o qual recebeu honra ao mérito pelo trabalho desenvolvido pela Universidade pelo trabalho que havia sido apresentado. A partir de então Salete passou a admirar mais ainda a administração e começou a fazer cursos para se aprimorar mais ainda na área.

No ano de 2003 foi convidada pelo reitor Sebastião Guimarães Vieira para ser diretora do Museu de Artes Assis Chateaubriand da UEPB que na época era administrado pela universidade, no ano de 2006 recebe o convite do professor Rômulo Azevedo, para ser coordenadora do estágio: "tive muita dificuldade, pois passei um tempo afastada da sala de aula". Salete, relata que também participou de um momento muito importante, não como gestora, mas como professora, o momento que os professores se organizaram para estadualizar a universidade, foram muitas lutas e a universidade só chegou a ser o que é hoje, pela integração da comunidade universitária que se envolveram para que essa universidade fosse construída, "no dia que deixamos o curso de comunicação no Bairro do São José, em agosto de 2012, quando subi na sacada desse prédio meus olhos encheram de lágrimas, isso é um sonho", com instalações precárias e espaço mínimo o antigo prédio onde eram lecionadas as aulas do curso de comunicação era insuficiente para as inovações que estavam chegando.

Em visão da pessoa mais apta para falar sobre isso, Salete diz que vê o curso de uma forma totalmente diferente de antes, atendendo as necessidades do mercado e que ao receber os relatórios percebe que a Universidade está conseguindo preparar bem o estudante, mesmo que ainda não tenha tudo. A trajetória coordenadora Salete, como ela mesma relatou , foi de muito esforço e dedicação, uma mulher tão jovem e com uma responsabilidade enorme em mãos, fruto de muita competência e talento que foi notado desde sempre por quem estava na reitoria e por quem chefiava o curso de Comunicação. 

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