Da UEPB para o Mundo: conheça a trajetória de Michele Wadja

10/05/2023

Por: Gabriel Abdon

Formada em jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba, Michele fez da arte de comunicar um estilo de vida que lhe rendeu experiências nacionais e internacionais.

Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Ex-aluna, professora, repórter, âncora, produtora, viajante, jornalista por natureza. São muitas as formas de descrever a vida e o trabalho de Michele Wadja, que, pelo curso de jornalismo da UEPB, vivenciou a vida de estudante e hoje atua repassando conhecimento, adquirido no antigo casarão do bairro São José, para a atual geração de futuros jornalistas.

No cinquentenário do nosso curso de jornalismo, Michele, que é uma das representantes da nova safra de professores do corpo docente, contou um pouco de sua trajetória para o Meio Século. A seguir, você conhecerá mais sobre a mulher que fez do mundo a sua sala de aula e da sala de aula o seu mundo.

Meio Século: Começamos com algo que parece muito clichê, mas que é primordial: por que o jornalismo?

Michele: Eu sempre me identifiquei muito com a escrita. Quando eu tinha meus 14 ou 15 anos, eu dizia que queria ser escritora e depois eu descobri que trabalhar com escrita é algo que os jornalistas fazem. Aí eu pensei "jornalista trabalha escrevendo, acho que eu vou gostar disso aí". Então o interesse começou a partir daí, primeiro com a leitura, depois com a escrita e, quando eu soube que os jornalistas trabalhavam assim, eu decidi que era o que eu queria fazer.


Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Meio Século: Quando a decisão pelo jornalismo foi tomada, já existia uma área em que você queria direcionar a sua carreira?

Michele: Revista! Era algo que era muito de escrita... mas eu nunca trabalhei com revista (risos). Nunca tive o prazer de trabalhar em uma revista comercialmente, mas eu me identificava muito. Eu era muito leitora, gostava muito da Superinteressante, da Veja, mas terminei indo para o audiovisual ao passo em que as coisas foram acontecendo.

Meio Século: Indo para o audiovisual, como foi o seu primeiro contato profissional com a TV?

Michele: Começou como um contato não profissional, mas acabou sendo por meio de um estágio. Eu visitei a redação da TV Mirante, em São Luís-MA – foi em um tempo que a UEPB passou por uma greve de uns seis meses – e eu estava lá porque eu morava com duas meninas que eram de lá. Eu fui só para passar um tempinho, mas as meninas tinham uma irmã que conhecia a diretora comercial da TV e ela disse que poderia agendar uma visita para mim. Coincidentemente, o diretor de jornalismo de lá era Rômulo Barbosa, daqui de Campina Grande. A chefe de reportagem me levou até uma sala e eu vi que ele era o diretor de jornalismo – na época eu nem sabia quem era ele (risos). 

Ele me perguntou como estava o curso e eu disse que estava um caos por conta da greve, além disso, a ilha de edição tinha sido roubada lá no São José. Quando ele viu que eu lamentava muito isso, ele me convidou para estagiar por lá.

Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Meio Século: E em que momento esse estágio virou uma profissão efetiva?

Michele: Eu fiquei por lá durante os seis meses da greve. Nesse meio tempo, uma das produtoras do Bom Dia Mirante saiu da equipe e eu acabei me incorporando à produção, já desenvolvendo outras funções dentro do jornalismo. Quando as aulas voltaram, eu decidi que queria trabalhar com TV. Com uma cartinha de recomendação feita por Rômulo Barbosa, eu consegui estágio na TV Asa Branca, de Caruaru. Fiquei estagiando por um ano, depois disso fui contratada como produtora e, em seguida, como repórter.

Meio Século: Dos profissionais que foram seus professores na UEPB, tem algum, ou até mesmo mais de um, que você queira destacar?

Michele: A professora Goretti Sampaio – que hoje está aposentada – que foi minha professora de rádio, é uma grande referência; o próprio professor Rômulo Azevedo é uma referência muito importante para mim no telejornalismo. E uma professora muito querida que eu levo para a minha vida é a Socorro Palitó. Além desses, a professora Cássia é um ser humano incrível, ela sempre foi maravilhosa. Foram vários, mas esses são alguns dos que foram mais importantes para a minha trajetória.

Michele Wadja posando ao lado de Pedro Canísio
Michele Wadja posando ao lado de Pedro Canísio

Meio Século: E por falar na sua trajetória, é um tanto impossível falar da sua carreira sem tocar em um assunto específico: Copa do Mundo. Já são quatro Copas no exterior, de onde surgiu o interesse em cobrir o mundial?

Michele: Em 2005 eu estava em Caruaru fazendo planos para uma pós-graduação no exterior, acabei indo para a Espanha. Quando eu pedi demissão da TV para viajar, eu soube que a Rádio Liberdade tinha comprado os direitos de transmissão da Copa de 2006 e ia transmitir os jogos. Entrei em contato com o diretor de jornalismo, disse que eu estava indo para a Europa e que queria trabalhar com eles como correspondente. Ele me chamou para conversar e me deu a possibilidade de produzir boletins para a Rádio Liberdade e enviar os mesmos boletins para outras rádios. Na especialização que eu fiz, que foi em reportagem, eu tinha que apresentar um trabalho prático e eu decidi fazer este trabalho gravando uma série de reportagens mostrando as cidades sedes da Copa do Mundo. E eu aproveitei esse material como portfólio para vender o meu trabalho para as emissoras de TV. A partir daí eu já me organizei dessa forma para 2010, na África do Sul. Em 2014 eu trabalhei na assessoria de um produto feito para a Copa. Depois veio 2018, na Rússia, e 2022, no Catar, que eu fiz a cobertura junto com o Pedro Canísio.

Meio Século: Das suas experiências no exterior, qual foi a que, de maneira positiva ou negativa, mais lhe impactou?

Michele: Sem ser por Copa do Mundo, estudar em Barcelona foi um ponto chave para mim, porque foi nessa especialização que eu decidi ser professora. E quando eu fui para lá e tive professores com uma vasta experiência profissional, mas que também eram mestres e doutores, foi ali que eu vi que eu podia fazer as duas coisas.


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