De volta para casa: As contribuições na trajetória do curso

24/05/2023

Por: Nicoly Calixto


De alunos a professores, de estudantes a referências no jornalismo.

O curso de Jornalismo da UEPB chega aos 50 anos com uma bagagem cheia de grandes histórias. Uma delas, o orgulho de ver diversos ex-alunos retornarem como professores. São diversos docentes que, anos atrás, entraram pela primeira vez na Universidade, sem nenhuma pretensão de um dia voltar e transmitir todo conhecimento adquirido e desempenhar papel tão importante na vida acadêmica de tantas pessoas.

Dominguinhos em composição que fala "Estou de volta pro meu aconchego", retrata o sentimento do jornalista e professor Luiz Adriano ao se referir à UEPB como um lar. A história dele com o jornalismo começou quando tinha 20 anos e decidiu sair de sua cidade natal Garanhuns, em Pernambuco, já que lá não tinha grandes oportunidades. Encontrou acolhimento para um sonho em Campina Grande, dentre diversas outras opções "Tudo aconteceu da melhor forma para mim em Campina Grande. Através do curso de jornalismo fui vendo que [o curso] poderia se tornar um espaço para crescimento e desenvolvimento profissional.", declara ao afirmar que foi uma escolha feliz.

Foto: Débora Leite
Foto: Débora Leite

O professor abraçou todas as oportunidades que encontrava pelo caminho durante a graduação. Participou de projetos de extensão, trabalho de iniciação científica e chegou a editar uma revista que circulou comercialmente em Garanhuns, dentre outros espaços que o curso oferecia.

Durante esses anos, o curso de jornalismo da UEPB, percorreu por inúmeras mudanças, hoje em dia, existe uma realidade completamente diferente de anos atrás. Atualmente, o curso ainda mantém algumas dificuldades, mas se mostra mais estruturado. Luís Adriano conta que buscava formas para que os problemas enfrentados durante a graduação não lhe prejudicasse: "Eu via os problemas, mas eu não parava para observar eles, eu parava sempre para ir resolver as dificuldades que se apresentavam a mim. Se eu pagava uma disciplina de planejamento gráfico e tinha poucos computadores para uma turma de trinta alunos, depois que terminava a aula, eu buscava espaços para suprir as dificuldades".

Ao iniciar a vida acadêmica em jornalismo, nos deparamos com questionamentos do tipo "Quando estará na TV como repórter?", porém existem diversas possibilidades dentro da profissão. Ao ser perguntado sobre o que motivou a lecionar, sendo contrário ao que muitos de fora imaginam, Luís Adriano conta que o "boom" veio através de uma simples pergunta da professora Cássia Lobão (Também professora da UEPB): "Você já pensou em seguir a carreira acadêmica?.". Após isso, ele começou a observar e ver as possibilidades que estavam diante de si. Mesmo tendo trabalhado em edição de impresso, assessoria de imprensa e propagandas institucionais como repórter, quando foi necessário escolher "a área acadêmica se mostrou um caminho mais satisfatório", diz ele.

Ingrid Luana Souto, estudante do sexto período de jornalismo e assessora de comunicação da prefeitura de Cuité - PB, nunca tinha pensado na possibilidade de ser professora, mas no caminhar se viu "virando a chave" para a carreira acadêmica, através de aulas com a professora Agda Aquino. A forma que era transmitido o amor pelo jornalismo, por lecionar e por estar na sala de aula em cada encontro, lhe fez perceber que queria ser como ela. "Eu, como aluna, passava a semana em aulas maçantes e quando ela chegava, sabe aquele alto astral? É isso que eu quero para a minha vida, quero ser uma professora que os alunos vão olhar e falar 'Nossa, que legal, hoje é a aula de Ingrid' .

É perceptível o quanto Luís Adriano, como professor, busca uma proximidade com os alunos. Se preocupa com cada um e em como auxiliar na jornada, transformando o curso em lar. Emocionado, conta que: "Voltar como professor, foi como voltar para casa…Eu chego em uma turma, é estar diante de mim, alunos que vão ser colegas de trabalho, que se tornam amigos. Estar aqui é voltar para casa".

A UEPB para Ingrid é como uma segunda casa, se porventura ela tiver uma chance de voltar como docente, será uma realização muito grande para si. "É uma carga muito grande voltar como colega de gente que ensinou para você, eu vejo os professores falando muito sobre isso… Seria uma honra voltar para cá!", afirma.

De fato, reencontrar pessoas que ajudaram durante o percurso e conviver com elas podendo juntamente contribuir na vida de outras pessoas e honrar essa oportunidade com o trabalho é um sentimento de gratidão. E é essa sensação que Luís Adriano passa ao falar que: "É um ambiente de muita gratidão, muita responsabilidade e compromisso com a vida, no sentido até de que, é uma forma de responder aquilo que eu recebi, porque foi aqui que eu consegui o espaço, aqui que me encontrei… Me sinto em meio a amigos, protegido, esse é meu sentimento".

50 anos de curso, meio século de jornalismo na UEPB, tantas pessoas fazem parte dessa história e ajudaram nesse caminho. 23 anos atrás Luís Adriano não imaginava o quanto se realizaria dentro da universidade, mas hoje com todo orgulho, fala: "Eu sou uma parte dessa história, me sinto orgulhoso em fazer parte, de contribuir um pouco com isso, me sinto realizado em ter a condição de hoje, como professor da universidade, estar contribuindo com a formação de cada um e dar continuidade a esse curso".

Ingrid que está nessa trajetória, fala que a comunicação possibilita transitar em diversas oportunidades: "A comunicação é muito interessante, pelo fato que você não precisa ficar estancado em uma coisa só, no jornalismo é mais fácil de transitar, experimentar tudo". E é na universidade que temos abertura para circular em todas as experiências possíveis, é isso que o professor Luís nos aconselha: "Frequentem os espaços que o curso permite, que a universidade possibilita, porque através desses espaços que a gente vai formar nosso perfil.". O curso deve ser enfrentado com perseverança e dedicação para que futuramente seja você contando a sua história com a UEPB.

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