Elane Gomes e a comunicação

14/06/2023

Por: David Henrique de Oliveira Silva

Nascida em 13 de março de 1986 na cidade de Campina Grande, na Paraíba, Elane Gomes era uma menina quieta e tímida - características que lhe fizeram não ser vista como uma futura comunicadora. Porém, era muito curiosa, tinha facilidade em fazer amizades, gostava muito de ler reportagens, revistas e descobrir coisas novas; foi isso que lhe ajudou futuramente na profissão.

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Elane tinha dúvida entre direito e comunicação, mas ao fazer o "vestibular", ingressou na UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) no curso de Comunicação com Habilitação em Jornalismo. Ainda no terceiro período, foi escolhida para estagiar na TV Paraíba, lugar que lhe fez se apaixonar pelo telejornalismo; por isso, de 2007 para 2008, ao fazer a monografia, optou por uma análise sobre os bastidores da notícia. Quis mostrar as rotinas de produção, que era algo que lhe chamava muita atenção.

Algum tempo depois, fez uma seleção para Itararé e trabalhou na TV Itararé, atual Rede Ita. Na época, o chefe de redação da emissora era o professor da UEPB Rômulo Azevedo. Durante esse processo, produziu várias revistas comerciais, mas depois de 8 meses retornou para a TV Paraíba.

Em 2010, começou a procurar outras vertentes do jornalismo. O telejornal já lhe deixava desgastada e cansada. Foi aí que Elane resolveu ir para João Pessoa, a capital da Paraíba, fazer uma especialização. Era nos sábados que ela construía mais uma etapa da vida acadêmica e profissional. Foi com essa experiência que as outras facetas do jornalismo foram descobertas por Elane.

Foi nesse período que ela conheceu o esposo Jocélio Oliveira, também Jornalista e formado pela UEPB. Ele foi essencial para que Elane adquirisse mais conhecimentos, sanando as dúvidas que habitavam em sua mente. Afinal, Jocélio é um grande entusiasta das novidades do jornalismo.

"Ele me incentivou muito a fazer o mestrado, já era 2011 quase 2012. Ele queria que eu levasse um projeto de telejornalismo que era algo que me encantava e me fazia ter muitas dúvidas pois eu trabalhava nos bastidores."

Elane foi aprovada no mestrado na UFPB (Universidade Federal da Paraíba) em 2011 e o projeto que emplacou era voltado para a digitalização da TV e do telejornalismo. Tudo isso por consequência do incentivo do esposo, que foi um divisor de águas na vida dela.

Tudo caminhava bem para Elane, pois sempre foi prodígio. Inclusive, durante a vida acadêmica, encontrou Rostand Melo (atual professor de fotojornalismo na UEPB) no ensino fundamental, médio e na graduação. Anos depois se encontraram no mestrado e ele foi fundamental nessa história, pois mostrou a ela caminhos para que seguisse e fluísse na vida acadêmica.

Em maio de 2012 encerrou o contrato com a TV Paraíba e foi morar em João Pessoa para se dedicar completamente ao mestrado.

"Me mudei de mala e cuia e fui viver novas experiências experiências o jornalismo, a comunicação, estavam me proporcionando"

Elane recebeu um convite de uma grande amiga, Angélica Lúcio, chefe de redação do Jornal da Paraíba, para assumir a redação. Foi aí que ela pegou o caderno de últimas notícias, ajudou na editoria de cidades, economia e fechava alguns cadernos de domingo sobre bem-estar, novelas, concursos. Além de dar suporte para cadernos maiores.

Passou em uma seleção para assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do Estado, Com isso, Elane estava se dedicando ao mestrado, jornal da Paraíba e secretária de segurança do estado.

Elane ao chegar na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), precisou mudar a temática da sua pesquisa. E ao assistir às aulas da professora Yvana Fechine, mudou o tema da pesquisa e foi estudar o fenômeno da última tela. Na época era uma sensação assistir jornais por celulares, Tablet e defendeu sua dissertação em 2014.

"Eu gosto muito de um texto de um autor holandês que ele fala sobre o que o jornalismo está se tornando… eu venho lá de 2008 onde os veículos tradicionais eram muito fortes e depois presencio essa transição para o digital, a chegada dos suportes auxiliares como as segundas telas e até esse processo da comunicação pública. Essa profusão das redes sociais, por aplicativos…"

Em 2015 fez a seleção para o doutorado e foi aprovada para ser orientada pelo saudoso Alfredo Vizeu, na UFPE. No final de 2017 deixou os empregos e foi dedicar-se exclusivamente ao doutorado.

"O doutorado existe muita participação, atenção, leitura, dedicação… por isso precisei me dedicar apenas ao doutorado"

Defendeu a tese já na pandemia e fez uma pesquisa etnográfica no Rio Grande do Sul - mais um dos estados que Elane passou durante a carreira.

Elane se casou na mesma época da sua aprovação no doutorado. No final de 2019 descobriu a gravidez e percebeu que estava acumulando muita coisa, tanto no mercado quanto na vida acadêmica. Depois da defesa da tese, nasceu a filha, que recebeu o nome de Cecília e Elane decidiu dedicar-se apenas à maternidade. Depois disso, existiu uma nova experiência em sua vida.

"Eu era Elane que trabalhava com comunicação, do batente, do mercado da academia, mas nunca tinha tido experiência na docência. Já fiz treinamentos, dei palestras… mas nunca tinha trabalhado na docência, só estagiado."

Elane fez um processo seletivo na UEPB para professora substituta em 2019, mas foi chamada apenas em 2021., Ela recebeu um e-mail da UEPB convidando para assumir a disciplina de publicidade e propaganda e outras disciplinas

Trabalhou com diversas disciplinas mas se encontrou na docência da disciplina "Assessoria de imprensa", onde se sente realizada.

Durante esse período, Elane passou por vários altos e baixos. Ela reconstruiu sua vida, viajou pelo Brasil e até para fora do Brasil, em Portugal; estudou e trabalhou muito. E nesse processo, ela teve projetos de destaques, seus vários artigos, pesquisas, revistas.

Elane faz parte do meio século do curso de jornalismo. É uma ex-aluna que tira da mochila um pouco da sua bagagem e acrescenta, hoje, para novos comunicadores. Isso é importante para ela, que olha para o passado e entende todo o processo até aqui. No livro dos 50 anos de história do jornalismo, Elane tem várias páginas escritas por si.

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