Rostand Melo e a fotografia
Texto por: Cecília Marinho, Anny Caroline, Ester Bezerra, Clara Teixeira e Paloma Mahely

Jornalista e professor de comunicação, Rostand Melo tem 36 anos, é casado com Tatiana Pinheiro, e desta relação, teve 2 filhos, Ana e Luiz. Sua história com o jornalismo começou ainda muito cedo, na fase de dúvidas e descobertas do ensino médio. Mesmo sendo um adolescente tímido e que pouco falava, ele afirma que já sentia uma grande atração pela área de comunicação, em especial pelas áreas de mídias. "Quando eu escolhi jornalismo, ainda ali no ensino médio, essa parte de mídia já me atraia muito[...] eu já tinha esse interesse pela área de comunicação, apesar de muitas vezes confundimos o interesse pela área por ser falante, não era meu caso, mas eu tinha interesse por audiovisual e pela escrita". Além de jornalismo, chegou a cursar na UFCG, o curso de história, mas não concluiu pois entendeu que o gosto pelo fotojornalismo era maior.
Rostand hoje atua na academia como professor da área de fotografia jornalística, mas já chegou a trabalhar como assessor de imprensa, onde decidiu se aprofundar na fotografia. "A fotografia sempre teve um atrativo para mim, porém como tem para a maioria de nós, de forma muito amadora, eu tive contato durante a graduação, contudo o que mais me aproximou dela foi a atuação na área de assessoria de imprensa."
Além disso, ele também atuou como repórter e produtor na TV Paraíba, todavia o desejo do coração, sempre foi trabalhar na academia, e isso tornou-se realidade em 2011, quando ele retornou para a universidade, desta vez, para trabalhar ao lado daqueles que um dia foram os seus professores. Ele ainda conta que estar como docente na UEPB é, para ele, uma enorme satisfação, pois toda sua trajetória de vida, desde seus 18 anos, está diretamente ligada à universidade.
Ademais, está à frente dos Projetos de Extensão "Luz Negra" que surgiu no ano de 2018, com o intuito de levar oficinas de fotografia para escolas públicas e fazer com que os alunos tivessem acesso. Através disso, com várias discussões para, assim, desenvolver um senso crítico nas crianças, através da fotografia. Em 2020, esse contato com as escolas acabou sendo quebrado, em decorrência da pandemia, e aí surgiu uma adaptação para esse projeto, que passou a ser publicado em formato de blog. Já em 2022 com o retorno das atividades presenciais, existe a possibilidade de o projeto voltar ao seu formato original. Todavia, o material que foi criado na internet, permanecerá, pois obteve um alcance inestimável.
Em 2018, junto com a professora Agda Aquino, Rostand idealizou o projeto Grão Fino, que é um evento acadêmico realizado em conjunto pelos cursos de Arte e Mídia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e tem como objetivo promover atividades de pesquisa e extensão na área de fotografia, agregando pesquisadores, estudantes e profissionais de diversas áreas do campo da Comunicação e das Artes Visuais. No ano de 2021, a programação foi integralmente on-line, com palestras, oficinas e grupos de trabalho com apresentações de artigos científicos, por causa do cenário da pandemia.
No caso desse projeto, a idealização sempre foi um grande desejo de Rostand desde que ingressou na UEPB, no final de 2015, "Sempre conversando com Agda, e com outros colegas que passaram pelas disciplinas de fotografia [...] sobre esse interesse de criar um evento, no primeiro momento, a partir da ideia que a professora Cristiane trouxe de um evento antigo de Arte e Mídia, que era a Grão Fino. Nós acabamos formatando o evento que foi crescendo aos poucos"
A
ideia sobre não ter o evento da Grão Fino no início da pandemia, foi um grande
choque para os idealizadores. Apenas após a implementação das aulas remotas,
acendeu uma esperança. A partir desse momento, o evento tomou proporções
nacionais. "O formato on-line acabou permitindo uma ampliação de participações que antes
não era imaginado. Nós não discutimos nada este ano, [...] mas já está meio posto
que em alguma etapa teremos algo on-line. [...] pelo menos a participação dos
artigos e das apresentações de trabalho devem
continuar de forma híbrida para dar oportunidade às pessoas de outras regiões apresentarem seus trabalhos e dialogar.
Tivemos nestas últimas duas edições, gente do Paraná, Rio Grande do Sul,
Florianópolis, algumas pessoas que estavam produzindo teses de fotografia na
USP. [...] acho que esse diálogo que o on-line facilita entre diferentes regiões
deve se manter". Apesar da grande oportunidade que o formato remoto trouxe,
Rostand ainda anseia pela volta do evento nos auditórios da UEPB.
Depois dessa
pandemia, existe um sentimento que alunos e
professores compartilham: o da vontade de aprender e
de ensinar com todas as possibilidades que uma experiência presencial
proporciona, e que apenas professores como
Rostand têm o poder de tornar ainda melhor.