Resiliência e o Foco no Propósito
Conheça as histórias dos estudantes de jornalismo que precisaram enfrentar desafios para ir em busca dos seus objetivos.
Por Louyz Rodrigues

Foto por Alberta Figueirêdo
O ensino médio é um período em que o estudante passa a desenvolver o seu projeto de vida, sendo um momento de escolhas, capaz de preparar para a sua próxima jornada : a vida acadêmica. Iniciar o curso superior pode ser um misto de emoções junto com as novas perspectivas. Porém, prosseguir nesse trajeto podem surgir renúncias, enfrentar dificuldades, ou mudar de vida se for preciso, tudo isso pelo o único foco: realizar o sonho de se tornar um grande jornalista.
Matheus Aiko é natural de Campina de Campina Grande, ingressou na UEPB em 2020 antes da pandemia acontecer e atualmente está cursando o 5°período de jornalismo. Matheus iniciou vendas de trufas em 2019 como forma de ter seu dinheiro extra e que pudesse ajudar em suas despesas importantes, como a passagem de ônibus, para contribuir as suas idas à universidade. Até o momento não houve atrito em lidar com transporte público, e conseguia ajustar seus horários para as vendas até o horário das aulas.
Após um ano desempregado, recentemente conseguiu uma oportunidade na melhoria de vida. "Antes mesmo de ter o emprego eu não pensava em parar de estudar" diz Matheus, após também detalhar que sua conciliação entre o trabalho e os estudos é tranquilo. Diferente de Matheus, a estudante de jornalismo Margarida Francieli, é residente da cidade de Aroeiras - PB, utiliza transporte escolar para se deslocar da sua cidade até a universidade, todos os dias às 04:00 da manhã. "O ônibus já quebrou no meio do caminho, já aconteceu dele não ir e eu só receber a notícia quando já estava na parada esperando e quase todos os dias chego atrasada" afirma Margarida. Para ela se torna uma correria, sobretudo quando chegam períodos de provas e seminários, pois é preciso alinhar seu tempo com outras tarefas.
Tentar se adaptar com uma rotina cansativa não é fácil, principalmente quando mora em outro município, é estar preparado para lidar com situações que não dependem do mesmo. Outra estudante que tem uma história em comum com a Margarida é a Anny Caroline, atualmente ela mora em Ingá - PB, mas também depende de transporte da prefeitura para se locomover, às 05:00 da manhã. Muitas vezes o que pesa é quando há ponto facultativo, devido não ter ônibus que fazem a rota fazendo com que fique inviável os alunos comparecerem às aulas.
"São quase 2 horas de viagem todos os dias, então perco muito tempo na viagem, mas aproveito o tempo no ônibus para ler alguma coisa como forma de adiantar, para quando chegar em casa eu terminar" relata Anny.
As histórias de Anny, Matheus e Margarida nos mostram que o esforço e a força de vontade podem ser maiores que todas as coisas. Que quando surgem dias difíceis, pensamentos de desistência, é essencial lembrar os motivos pelos quais estamos no percurso, sabendo pois que tudo que for feito não vai ser vão. Pois além de valer a pena no futuro, nos faz crescer e amadurecer ao longo do caminho. "Apesar de todos os problemas de locomoção, tenho muito a visão do meu futuro, e sei que é necessário. Tento pensar mais nas coisas boas, pois me deixam mais forte pra enfrentar meus dias e principalmente meu profissional lá na frente. Devemos ter sempre perseverança, fé, e determinação que vamos longe" assegura Anny sobre o seu modo de pensar.