Festival Comunicurtas, uma experiência do audiovisual
Conheça a trajetória do festival que se tornou importante regional e nacionalmente, celebrando produções audiovisuais e jornalísticas
Texto por Louyz Rodrigues

O Comunicurtas é um festival audiovisual realizado pela Universidade Estadual da Paraíba que acontece anualmente há 15 anos, na cidade de Campina Grande. A iniciativa surgiu no ano de 2006, através dos alunos do curso comunicação social, com o intuito de abrir um espaço para a exibição de filmes de curta metragem e cinema independente. A 1° edição do festival aconteceu no Museu Assis Chateaubriand, onde 360 pessoas assistiram a exibição de 10 curtas nacionais.
A participação dos alunos sempre foi uma das partes mais importantes do evento e permanece sendo até hoje, como incentivo para demais estudantes, desde a organização até as produções cinematográficas e por isso o festival revelou grandes talentos. As primeiras nove edições foram cruciais para o crescimento do festival, pois foi investido da forma como era preciso, para que o evento fosse realizado como planejado.
Com a entrada totalmente gratuita, o evento possibilita que a população tenha acesso às artes apreciando filmes locais e regionais. Essa sempre foi a ideia do Festival Comunicurtas, criado e idealizado pelo aluno de jornalismo à época, o ativista cultural André da Costa Pinto, e abraçado pelo curso e pela UEPB até os dias atuais. André foi premiado nacionalmente, dirigiu e produziu vários curtas e ainda atua na área do audiovisual como Roteirista, produtor e educador.
O festival pode ser uma oportunidade enriquecedora na vida profissional futura de um estudante, diante disso, temos o exemplo do Jornalista Felipe Simplício, que foi ex - aluno da UEPB, mas que trabalhou como idealizador e realizador do evento em 2007. Foi durante o começo desse ano mencionado que durante a gravação de um curta-documentário "Da rapadura ao berço da cultura" junto com seus colegas André Costa, Alberto Nóbrega e Henrique Neto, que surgiu a vontade de construir esse espaço democratico para produtores, roteiristas, atores, assessores de imprensa e demais áreas de produção audiovisual.
"Essa experiência levei por quase 8 anos na Gerência Comercial da TV Borborema, onde aperfeiçoamos a programação da grade local da emissora. Programas como a Patrulha da Cidade, Hora do Povo e o Momento Junino se tornaram sucesso de audiência e comercial. Esse trabalho desenvolvido me fez receber um convite para integrar a área comercial da Rede Paraíba. Implementamos projetos juninos como o MATUTV, transmissão ao vivo da abertura do São João de Campina Grande em 2022, transmissões dos jogos do Campeonato Paraibano pelo jornal da paraíba. O festival ajudou a despertar essa habilidade de construção, execução e consolidação de projetos audiovisuais" relata Felipe.
Nos últimos 4 anos o festival tornou - se destaque pelo surgimento das ações itinerantes, as atividades que eram apenas em um determinado período do ano em Campina Grande, se expandiram em outras cidades durante o ano todo, algumas delas foram: Remígio, Ingá, Queimadas e dentre outras.
Devido ao cenário pandêmico no ano de 2020, o festival que é produzido presencialmente passou por mudanças para dar continuidade a programação. "A pandemia provocou em todos nós uma necessidade de uma readaptação a uma coisa que não tínhamos vivido. De imediato pensamos em uma solução, desenvolver uma plataforma intitulada como Web Cinema. Já havíamos fazendo as nossas ações do festival por via de transmissões ao vivo, junto com a participação dos estudantes nas coberturas. Então de certa forma foi um desafio, mas nós já tínhamos uma preparação para isso. Durante os dois anos com festival online, tivemos resultados positivos, porque passou o alcance de exibição desses filmes e de acessos mais ampliados" relata Hipólito Lucena, coordenador do Comunicurtas.
Além disso, o festival abre espaço para que estudantes iniciem na prática do audiovisual, que foi o caso do ex-aluno da universidade, Gabriel Heitor. Inicialmente demonstrava interesse pelo audiovisual, tinha pretensões em estudar ou trabalhar sobre a área e viu o festival como uma porta de entrada. No ano de 2018, submeteu seu primeiro filme de 1 minuto, intitulado "Jabre", que foi produzido durante uma viagem, somente com a pretensão de publicar nas redes sociais, mas ganhou premiação na categoria "melhor filme de 1 minuto" pelo júri popular.
Em 2019 inscreveu três produtos: um publicitário, que foi indicado em uma mostra, o filme "Respire" que ganhou na categoria "melhor filme de 1 minuto" pelo júri popular, e a reportagem especial "Aquela que serve", feito em conjunto com Carol Diógenes, onde fala sobre o trabalho da doula e sua relação com o parto humanizado. A reportagem recebeu três premiações: menção honrosa, melhor repórter cinematográfico, e melhor reportagem. Em 2021, inscreveu o curta-metragem "Delírio", produzido com mais 4 colegas para a disciplina de Cinema, mas que não ganhou premiação.
Ao relatar sobre a experiência, Gabriel diz: "Acho que o que acontece no festival é muito valioso, tanto o contato com outros realizadores, como a oportunidade de assistir a filmes que normalmente não vão para as telas do cinema. Fazer isso com a pessoa que criou, executou aquele filme, é muito rico em muitos sentidos. Não tem prêmio maior do que você estar na exibição do teu filme, prestando atenção aos espectadores e vendo como o filme provoca emoções, além de ter um contato diferenciado com as pessoas."
Confira mais fotos do evento.